Os pesquisadores apontam que com o aumento de 3° C – que é o que as Nações Unidas estimam que deve acontecer até o final do século – nas condições climáticas globais cerca de 20% dos 720 patrimônios mundiais serão afetados por causa do derretimento das geleiras e da expansão dos oceanos.
Para exemplificar a dimensão do problema, os cientistas decidiram analisaram como as atrações selecionadas pela UNESCO seriam ameaçadas após dois mil anos. Apesar do período ser bastante abrangente, os especialistas acreditam que os primeiros impactos definitivamente serão sentidos antes por causa da ação das enchentes.
“Podemos dizer com alguma segurança que poderemos ver os primeiros impactos nesses locais ainda no século 21. Normalmente, quando as pessoas falam das mudanças climáticas é com relação às consequências econômicas e ambientais, o quanto custaria. Nós queríamos olhar para as implicações culturais”, explica o Professor Ben Marzeion, da Universidade de Innsbruck, na Áustria.
Como existe uma grande parcela de atrações espalhadas nas costas das nações, os pesquisadores alertam que esses seriam os primeiros lugares a serem atingidos. Segundo os pesquisadores, Nápoles (Itália), São Petersburgo (Rússia) e Bruges (Bélgica) são alguns exemplos de cidades vulneráveis. Ainda, o sudeste da Ásia deve ter o maior número de pessoas afetadas com a elevação do nível do mar, basicamente por ter cidades densamente povoadas e porque a subida das águas será mais expressiva nessa região.
Marzeion acredita que o impacto cultural traz uma nova dimensão para a discussão, mas o professor não espera que sua pesquisa convença aqueles que não acreditam nos desdobramentos do aquecimento global. “Não estou muito otimista de que a cultura aumente o interesse pelo assunto. É difícil convencer as pessoas de que se trata de um problema. Parece que existe uma grande divisão entre as pessoas que sentem que esse é um problema e aquelas que não acreditam”, finaliza o pesquisador.
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